Verde Agritech obtém autorização para construir ferrovia em Minas

­Diário do Comércio – A ferrovia contempla uma rota entre as instalações da empresa, em São Gotardo e Matutina, no Alto Paranaíba, até Ibiá, no Triângulo Mineiro.

A Verde Agritech obteve a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério da Infraestrutura (MInfra) para construir um ramal ferroviário no interior de Minas Gerais. A ferrovia permitirá que a empresa do ramo de tecnologia agrícola, produtora de fertilizante potássico, realize o escoamento anual de até 50 milhões de toneladas do produto. 

O projeto contempla uma rota entre as instalações da fabricante, localizadas nas cidades de São Gotardo e Matutina, ambas na região do Alto Paranaíba, até o município de Ibiá, no Triângulo Mineiro. Segundo a companhia, o trecho será interligado a uma rede ferroviária que abrange sete estados e o Distrito Federal, com parte da gestão a cargo da Ferrovia Centro Atlântica (FCA).

Com o aval das autoridades publicado nessa terça-feira (12), no Diário Oficial da União, a Verde Agritech agora aguarda para assinar um contrato com a ANTT para uso da ferrovia em regime privado. Na sequência, serão iniciados os estudos ambientais e de engenharia para o projeto. 

É válido dizer que a construção de linhas férreas por empresas está previsto em uma medida provisória de agosto de 2021, que estabeleceu o Programa de Autorizações Ferroviárias (Pro Trilhos). Além da possibilidade de construir, a iniciativa permite que as companhias operem as ferrovias, ramais, pátios e terminais ferroviários. O objetivo é aumentar a atratividade do setor privado para investir em trilhos, sejam eles executadas a partir do “zero” ou já existentes.

Conforme noticiado anteriormente pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, o investimento no projeto será superior a US$ 550 milhões. Em comunicado divulgado ainda no ano passado, a Verde Agritech afirmou que a FCA deverá assumir os custos para construir o ramal ferroviário. A produtora de fertilizante potássico também informou, na época, que estuda a possibilidade de potenciais parcerias para apoio técnico na implantação e operação logística da ferrovia.

No detalhamento dos custos, a fabricante, fundada em 2005, e listada na bolsa de Toronto desde 2007, esclareceu que, apenas a construção da ferrovia tem Capex estimado em US$ 283,02 milhões. Já o montante total, previsto em US$ 553,99 milhões, inclui despesas de processamento, melhorias rodoviárias, licenciamento, estudos e projetos técnicos, compra de terrenos, equipamentos, mobilização e desmobilização de pessoal e 15% de valor de contingência.

Potencial de captura de CO2 e negociações para venda de carbono

Atualmente, a Verde Agritech tem duas plantas em operação no Estado, capazes de produzir até três milhões de toneladas de potássicos por ano. Em 2022, a companhia anunciou investimentos de R$ 275 milhões para a construção de uma terceira planta, elevando o potencial produtivo para 13 milhões de toneladas anuais. A empresa afirma ter a maior capacidade de produção de potássio do Brasil e ser a primeira do mundo a aditivar microrganismos ao fertilizante.

Segundo o fundador e CEO da Verde Agritech, Cristiano Veloso, as minas da empresa possuem o maior depósito de potássio identificado no País, com recursos de 3,32 bilhões de toneladas. “Isso representa outro marco importante nos nossos objetivos: reduzir a dependência brasileira pelo potássio importado e expandir a nossa capacidade de capturar até seis milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas”, destacou.   

Essa alta capacidade de sequestrar CO2 da atmosfera, citada por veloso, foi comprovada por um estudo de uma universidade do Reino Unido, que confirmou que cada tonelada do fertilizante potássico K Forte, produzido pela companhia, é capaz capturar até 120 kg de dióxido de carbono. 

Além disso, a empresa está em negociações avançadas para vender créditos de carbono para companhias internacionais que buscam compensação permanente de carbono. Os créditos similares aos da Verde Agritech são atualmente negociados por até US$ 500 por tonelada.

A Verde Agritech tem plantas nas cidades de São Gotardo e Matutina, no Alto Paranaíba | Crédito: Verde Agritech/Divulgação – Foto: captura de tela Diário do Comércio

Fonte: Diário do Comércio /Thyago Henrique (https://diariodocomercio.com.br/economia/verde-agritech-obtem-autorizacao-para-construir-ferrovia-em-minas/#gref)

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