A CSN, responsável pela construção da Transnordestina, tem até março para apresentar investidor que viabilize a aplicação de mais R$ 7 bilhões para a conclusão da obra, que está parada deste o ano passado
Um novo investidor para a ferrovia Transnordestina está sendo buscado pelo presidente da Transnordestina Logística, Sérgio Leite, que já teria entendimentos bem adiantados com empresários chineses. Segundo o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), responsável pelas obras, tem até março para apresentar parceiro que viabilize a aplicação de mais R$ 7 bilhões para a conclusão das construções, que estão paradas desde o ano passado e já consumiram R$ 6 bilhões.
O próprio Governo, que constituiu grupo de trabalho criado pela Casa Civil e pelo Ministério do Planejamento, deverá apresentar até fevereiro um relatório com propostas para fazer andar a Transnordestina. Em nota, no fim do ano passado, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão revelou que algumas empresas italianas demonstraram interesse em ser sócia no plano de conclusão da ferrovia.
O ministro Dyogo Oliveira, durante uma missão realizada na Itália, buscou parcerias privadas para 89 projetos e acabou avançando na discussão sobre a Transnordestina. Segundo o Ministério, a Ferrovia del Estato, do governo italiano, teria demonstrado interesse no projeto, que vai ligar o município piauiense de Eliseu Martins aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará, passando por 81 municípios.
Gomes de Matos disse ao O POVO que, caso não haja um novo investidor, o Governo Federal cogita retomar a concessão. Adianta que, nesse caso, haveria edital de concorrência internacional para uma parceria público-privada (PPP). O deputado, que preside as comissões da Transnordestina e da Transposição do Rio São Francisco na Câmara Federal, além da vice-Presidência de obras inacabadas, disse que o Congresso Nacional (Comissão Mista do Orçamento) conseguiu retirar a ferrovia da lista de obras que tinham impedimento de receber recursos.
Histórico
Iniciada em 2006, a construção da Transnordestina é uma das obras de infraestrutura mais atrasadas do Brasil. E o orçamento original, de R$ 4,5 bilhões, também já foi há muito ultrapassado. Hoje, estima-se que a obra toda consumirá mais de R$ 12 bilhões. Em janeiro de 2017, a execução financeira da ferrovia foi paralisada por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A decisão, tomada pelo plenário da corte de contas, determina que a estatal Valec – sócia da concessionária Transnordestina Logística S.A (TLSA) – paralise qualquer repasse para a obra.
Também trava a transferência de dinheiro a partir do BNDES e da BNDESPar, empresa de participações do banco público. Foram impedidos ainda de fazer novos pagamentos o Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). O deputado Gomes de Matos diz que a CSN acatou as recomendações feitas pelo TCU para corrigir irregularidades.
O POVO procurou o Grupo CSN para falar sobre o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Fonte: O Povo
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