Randon: Reposição e mercado internacional sustentam crescimento, diz presidente

Segundo Sergio Carvalho, a Randon criou um “powerhouse” de reposição como parte de seu plano estratégico. A empresa fez inúmeras aquisições, e a reposição doméstica cresceu

A Randon está crescendo rapidamente, mas com um modelo de negócios cada vez mais resiliente, afirmou o diretor-presidente, Sergio Carvalho, em encontro com investidores, destacando a maior participação da reposição na receita da divisão de montadoras, bem como avanços na internacionalização.

Segundo ele, a Randon criou um “powerhouse” de reposição como parte de seu plano estratégico. A empresa fez inúmeras aquisições, e a reposição doméstica cresceu, afirmou. “Investir na reposição era um porto seguro. Mesmo com mudança de tecnologia, a reposição depende de população de veículos, além de ser receita bem resiliente”, com variação menor do que a produção de caminhões.

Carvalho disse que no ano passado a reposição representou 10% da receita da divisão de montadoras, e o objetivo é crescer mais. “Temos trabalhado muito para reduzir custo fixo, disse, lançando produtos que vão permitir crescimento sem adicional custo fixo, como a plataforma modular.

O diretor-presidente disse ainda estar se reinventando em carrocerias, unidade que não contribuía para resultado. “Adotamos outro modelo nos beneficiando de incentivos fiscais”, e o negócio agora é lucrativo, disse.

Na parte internacional, a empresa está adicionando capacidade para conseguir exportar muito mais e trazer resiliência de receita, disse. A empresa também aumentou investimentos em parque fabril, com a divisão de montadoras recebendo investimentos nos níveis semelhantes às outras, com células modernas e alto nível de produtividade. “Quando vier a próxima crise, estaremos muito mais bem preparados para enfrentá-la.”

Ele destacou que, com relações a aquisições, foram 14 transações nos últimos cinco anos. “Expandimos bastante capacidade produtiva em semirreboques, lonas de freio, eixos e suspensões e fundidos”, disse ele, com destaque de novos produtos como basculante conceito, graneleiro de alumínio, plataforma modular, sistema ABS, sapata ferroviária, suspensão a ar, entre mais de 100 projetos novos com 47 patentes. Ele citou ainda recordes de produção em todas as unidades.

Carvalho destacou a posição de caixa robusta da empresa, um pouco acima de 1 vez o Ebitda, após em 2015 chegar a quase 7 vezes. “Desde então temos uma posição conservadora, nosso norteador estratégico é robustez financeira”, disse. Segundo ele, a receita da empresa cresceu 3,5 vezes de 2016 a 2021, para R$ 9,1 bilhões, com alta de 8,3 vezes em em investimentos, e o número de fábricas passando de 12 para 29, com mais outras duas em breve.

A empresa tem planos de redução de 40% de gases de efeito estufa até 2030, e investimentos em energia renovável. “Queremos estar na vanguarda da mobilidade sustentável”, disse ele, como foco na com eletrificação, novos materiais e eletrônica embarcada.

Semirreboque no mercado americano

O mercado de semirreboques nos Estados Unidos é bem segmentado, e a Randon vai participar de nichos em um primeiro momento, com o tempo deve passar para produtos de maior volume, levando uma tecnologia mais avançada às operações americanas, disse Carvalho.

“Estamos na fase de engatinhar”, disse. A Randon anunciou ontem acordo de compra da Hercules Enterprises, que fabrica reboques e semirreboques, por US$ 39,5 milhões.

“Semirreboque porta-contêiner é um produto atraente, simples, segmento com demanda alta e oferta baixa, e não precisa de rede de distribuição, podemos fazer vendas diretas“, disse. “Queremos avançar por nichos, que são lucrativos, com resultado, queremos seguir o caminho do dinheiro, de forma mais inteligente.”

Segundo ele, em termos de tecnologia de manufaturas, as operações americanas estão defasadas, cerca de 20 anos atrás das brasileiras. Outro desafio será lidar com a mão de obra, pois lá os trabalhadores são horistas e aqui mensalistas, uma diferença de gestão, afirmou Carvalho. A forma de comercialização também é outra diferença, disse.

“Em algum momento vamos para ‘mainstream’, com tipos de produtos com volumes maiores, mas aí vamos puxar tecnologia”, disse Carvalho. Segundo ele, as empresas americanas neste segmento são 100%% montadores, e a Randon produz tudo dentro de casa, com um conjunto de tecnologias que os americanos não têm.

Foto: logo Randon

Fonte: Valor (https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/07/08/randon-reposio-e-mercado-internacional-sustentam-crescimento-diz-presidente.ghtml)

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