NT Expo Xperience debate as “Expectativas do setor com o “Setembro Ferroviário”

Na última quinta-feira, dia 7, último dia do evento NT Expo Xperience, a jornalista Ana Lúcia Lopes, e o presidente da ABIFER (Associação Brasileiras das indústrias Ferroviárias), Vicente Abate, debateram as “Expectativas do setor com o “Setembro Ferroviário”. No encontro virtual, Abate destacou a questão da ociosidade das indústrias ferrovias e a expectativa de melhora nas demandas produtivas para os próximos anos com os programas implantados pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra) e o Governo Federal com os programas lançados durante o chamado “Setembro Ferroviário”.

De acordo com Abate, a situação da indústria ferroviária brasileira nos últimos tempos está bastante difícil, enfrentando uma ociosidade de cerca de 80% no caso da carga e 100% de passageiros, mas espera-se que essa situação passe o mais rápido possível. “No caso da carga, vínhamos com uma baixa demanda desde 2015, mas com as renovações das concessões este cenário começou a mudar desde o ano passado com as prorrogações antecipadas de três ferrovias: Rumo Malha Paulista, Estrada de Ferro Carajás (EFC) e Estradas de Ferro Vitória-Minas (EFVM). Também esperamos para este ano outras prorrogações, como a da MRS Logística, que deve ser enviada ao Tribuna de Contas da União (TCU) ainda em outubro, e das FCA e Malha Sul, que estão em análise. “Esperamos um aumento da demanda com os projetos e investimentos vultuosos dessas concessionárias”, destacou.

As indústrias ferroviárias, segundo Abate, possuem alta capacidade instalada – 12 mil vagões de carga, 250 locomotivas e 1200 carros de passageiros, que hoje está bastante ociosa. “Esperamos que esta capacidade passe a ser reativada já a partir do ano que vem ou em 2023 e isso atinge toda a cadeia produtiva. As empresas têm capacidade e tecnologia para atender a demanda do setor”, observa. Com essa demanda, a mão de obra será novamente reaproveitada e terá um aumento na empregabilidade do setor. “Nos últimos anos, apesar de todos os esforços da indústria em evitar demissões, perderam cerca de 4 mil do total de 20 mil funcionários diretos. O problema foi maior na indústria de carros de passageiros que chegou a fechar linhas de produção, devido a queda da demanda por causa da pandemia.

O programa “Setembro Ferroviário” está sendo muito bem visto pelo setor ferroviário de cargas, com muitos projetos sendo implantados, como o lançamento do programa Pró-trilhos, assinatura FIOL 1, lançamento de Pedra fundamental da FICO; publicação da Medida Provisória (MP) 1065/2021 e lançamento do Aeromóvel em São Paulo no Aeroporto de Guarulhos. “É o Brasil voltando aos trilhos e acreditamos que teremos um grande aumento na demanda nos próximos anos, principalmente a longo prazo.

A publicação da MP 1065 é um divisor de águas para o setor ferroviário, segundo Abate foi muito bem aceita pelo mercado, superando as expectativas. O Governo Federal recebeu 11 pedidos de autorização imediatamente após a publicação da MP e no final de um mês já são 14 pedidos em análise. “Muito importante para o setor, esperamos um aumento na demanda nos próximo cinco a oito anos, aliás já temos previsão de melhora a partir de 2023. Acredito que as adesões vão continuar e todos só temos a ganhar com isso”, declara. A expectativa é de uma participação maior do transporte ferroviário, nos próximos cinco anos, chegando a 40%.

Segundo Abate, tanto a ABIFER quanto outras entidades têm trabalhado de forma conjunta para que se possa melhorar a situação no transporte ferroviário, tanto de carga quanto de passageiro. Ele destacou a questão do Reporto, um regime que vem, desde 2004, e já foi utilizado plenamente, sendo renovado a cada cinco anos, mas que expirou em 2020. “Estamos trabalhando para que possamos resgatar o Reporto, que tem inúmeros benefícios, não só para a indústria, mas também para as exportações brasileiras”, observa. Segundo ele, as entidades estão apoiando a aprovação da Lei 4199/2020, BR do Mar, que traz um artigo que trata da prorrogação do Reporto. “Esperamos que a Lei seja aprovada e que teremos a volta deste importante incentivo fiscal já a partir de 2022”, finalizou.

Fonte: Assessoria de Imprensa Greenbrier Maxion

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