A melhoria do cenário econômico brasileiro, principalmente no fim de 2017, elevou o otimismo de empresários e investidores em relação a oportunidades em infraestrutura. Segundo pesquisa da GRI Club, associação global que reúne líderes dos setores imobiliário e de infraestrutura, 55,9% dos entrevistados pela entidade tem uma visão otimista sobre o Brasil, colocando o país na liderança do interesse de investimentos em infraestrutura na América Latina.
O levantamento, que analisa a visão para o setor em países da América Latina, entrevistou além de associados da entidade outras figuras chave do setor ligadas a bancos, fundos e concessionárias.
No ano passado, o otimismo com o Brasil envolvia 44,9% dos entrevistados. Segundo Pedro Nicolau, diretor global de infraestrutura do GRI, quatro motivos levaram à ascensão da visão positiva para o país. A primeira razão é a extensão territorial do país, que facilita projetos em grande escala. Além disso, há a repercussão do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
A terceira razão é a piora de outras importantes economias latinas, como o Peru, que também sofre com os efeitos políticos da Operação Lava-Jato, e o México, que tem eleições marcadas para o mês que vem.
“Por fim, está sendo percebido pelos investidores que há um esforço para o combate à corrupção no Brasil”, explica Nicolau.
O segundo país em otimismo é a Colômbia, que subiu de 46,5% para 50% de um ano para outro. Na sequência vem México com 42,65% (-4,55 pontos percentuais), Peru com 36,76% (-3,44 p.p.), Argentina com 30,88% (-5,32 p.p.) e Chile com 16,18% (-11,42 p.p.). Também foram citados, com porcentagem inferior, países como Cuba, Equador, Panamá e Uruguai.
Por setor, a visão é mais positiva é com os setores de geração e transmissão de energia, com 58,82%. Na sequência vem as rodovias, com 52,94%. O maior recuo foi o do otimismo com relação aos aeroportos, que caiu de 48,4% para 32,35%.
“No ano passado, quando fizemos a pesquisa, o setor vinha de um leilão bem sucedido de quatro aeroportos [Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador]”, aponta Nicolau. “Nos últimos 12 meses ocorreram alguns acontecimentos negativos no setor, como o pedido de devolução de Viracopos e Congonhas fora do próximo leilão. Além disso, sobraram aeroportos menores para as próximas concessões.”
Se as diferenças de visão sobre os países e setores é considerável, o mesmo não acontece sobre qual o maior empecilho para os negócios na região. Para 82,35% dos entrevistados, as questões ligadas ao poder público são o principal risco para operações na América Latina.
“A região está passando por várias incertezas políticas e isso acaba afetando muito a percepção da questão pública. Eles também citam a dificuldade do planejamento de longo prazo”, completa Nicolau.
Fonte: Valor Econômico
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