O governo federal avalia ampliar o leilão da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol). O projeto atual, já qualificado pelo PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), iria de Ilhéus até Caetité, na Bahia. No entanto, há estudos para prolongar o trecho. O Ministério da Infraestrutura afirma que o projeto poderá ter um adendo de 160 quilômetros, chegando até a altura de Bom Jesus da Lapa, ainda na Bahia.
“Foi uma demanda das audiências públicas estender o trecho até a ponte sobre o Rio São Francisco. No entanto, estamos avaliando qual seria o investimento para essa ampliação”, disse a secretária de Fomento e Parceria do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa.
Natália prevê que os estudos para a possível extensão estejam concluídos até agosto para envio ao Tribunal de Contas da União (TCU). A licitação desse trecho, de acordo com ela, poderá ser feita em dezembro. Há ainda estudos técnicos dentro do PPI para que o empreendimento possa ir além, possivelmente chegando a Barreiras (BA) ou até mesmo Figueirópolis (TO), onde haveria ligação com o tramo central da Ferrovia Norte-Sul – embora esta última possibilidade seja considerada pouco provável.
Essa extensão já havia sido avaliada em um estudo da consultoria Accenture, feita no passado para o governo baiano, e deverá ser apresentada a técnicos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) nos próximos dias, segundo fonte do governo.
O tamanho da ampliação, porém, dependeria do volume adicional de investimentos necessários, que deverão ser elevados. A ideia seria estudar o quanto é possível estender o trajeto, sem que o empreendimento fique inviável financeiramente – o cálculo ainda será feito. Outro entrave é que uma eventual ampliação tende a atrasar o processo, já que os órgãos de controle exigiriam novas audiências públicas.
A secretária do Ministério de Infraestrutura diz que a ampliação para além de Bom Jesus da Lapa deverá ficar para um segundo momento. A ideia, a princípio, seria algo na linha do leilão da Ferrovia Norte-Sul, feito em etapas.
As obras da ferrovia, hoje a cargo da estatal Valec, ainda não foram concluídas. No primeiro trecho, entre Ilhéus e Caetité, 76,2% dos 537 quilômetros de via já estão construídos. Já no segundo trecho, de Caetité a Barreiras, apenas 28,8% foram executados. A partir de Barreiras, até Figueirópolis, nada foi feito.
Para terminar de construir o trecho de Ilhéus até Caetité será necessário um investimento de R$ 1,6 bilhão, segundo Natália. Até Barreiras, o valor total da obra subiria para aproximadamente R$ 6,4 bilhões.
Uma das principais vantagens de ampliar o projeto em direção ao oeste baiano, segundo uma fonte a par do assunto, seria a possibilidade de escoar a soja produzida na região, diversificando a carga. No projeto atual, a demanda de movimentação depende em grande parte da produção de minério da Bamin em Caetité.
Há também questionamentos ao modelo de licitação em etapas. No caso da Norte-Sul, o tramo central, leiloado neste ano, ficou “espremido” entre duas ferrovias já em operação, sem acesso direto a um porto, o que restringiu em parte a concorrência, diz a fonte.
Fonte: Valor Econômico
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