Mercado ferroviário segue instável para a indústria

ABIFER/SIMEFRE – Os volumes de entregas de veículos ferroviários (vagões de carga, locomotivas e carros de passageiros) continuaram ainda muito reduzidos em 2022, mantendo um elevado e dramático índice de ociosidade na indústria, entre 80 e 100% (dependendo do tipo de veículo), afetando toda a cadeia produtiva do setor, que acumula drástica perda de mão de obra qualificada.

A indústria de vagões de carga entregou um volume menor de vagões em 2022 (1.250 unidades) em relação a 2021 (1.800 unidades), abaixo também da previsão feita há um ano (1.500 a 1.700 vagões). Para 2023, a previsão é de 1.500 a 2.000 unidades, sendo mil vagões completos (20% menor do que em 2022) e entre 500 e mil caixas de vagões.

Em 2022, a indústria de locomotivas entregou 54 unidades, volume igual ao da previsão feita há um ano, porém menor que as entregas de 2021 (67 unidades). Para 2023, a previsão é de apenas 31 locomotivas, sendo quatro para exportação.

Estes volumes estão muito longe dos níveis históricos. A indústria aguarda encomendas maiores para os próximos anos, conforme previsto nos programas de Renovações Antecipadas das concessionárias ferroviárias de carga e nas Autorizações Ferroviárias, que já somam 32 contratos assinados.

“Estas oscilações nos volumes de fabricação, que têm sido usualmente para menos, trouxeram reflexos negativos na mão de obra direta, que foi reduzida em cerca de 20% ao longo dos últimos quatro anos”, avalia Vicente Abate, diretor do SIMEFRE e presidente da ABIFER.

Em 2022, a indústria de carros de passageiros continuou paralisada. Para 2023, a previsão de entregas é de 291 carros, sendo 69 para exportação.

Este mercado iniciará sua recuperação a partir de 2023, dadas as exportações já contratadas com os metrôs de Taipei, Bucareste e Santiago, além de aquisições feitas pela ACCIONA (Linha 6) e pela CCR (Linhas 8 e 9). Outra oportunidade, em andamento, é o Aeromovel que ligará a Linha 13 da CPTM aos três terminais do Aeroporto de Guarulhos, cujas obras encontram-se em ritmo acelerado.

“Espera-se para dezembro deste ano o lançamento do Edital para aquisição de 44 trens destinados ao Metrô SP. O governo do Estado já contratou o financiamento do Banco Mundial, que incluirá a cláusula de Preferência Doméstica, garantindo a isonomia tributária em relação à indústria estrangeira, solicitada pela indústria nacional”, comenta Renato Meirelles, delegado do SIMEFRE e membro do Conselho da ABIFER.

Outro importante marco para o setor de passageiros será o Trem Intercidades entre São Paulo e Campinas, que já passou por Audiência Pública em 2021 e está prestes a ser lançado pelo governo de São Paulo.

Ainda que nosso mercado se apresente instável, seu futuro é muito promissor. Espera-se que este mercado deslanche em função dos projetos anunciados pelos governantes e pela iniciativa privada.

Foto: Carla Norcia / Divulgação ABIFER

Fonte: ABIFER/Assessoria de Comunicação do SIMEFRE (https://abifer.org.br/mercado-ferroviario-segue-instavel-para-a-industria/)

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