A Bamin afirmou que a partir de agosto deste ano deverá usar a malha da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) para exportar minério de ferro pela Bahia. A previsão é que a carga saia da mina Pedra de Ferro, em Caetité, siga de caminhão por 41 km até Licínio de Almeida (BA), onde será feito o transbordo para malha de bitola métrica. De Licínio de Almeida, os trens percorrerão 560 km até Petim (no município de Castro Alves), onde o minério voltará para o caminhão para mais 100 km com destino ao Porto de Enseada, em Maragojipe, no Recôncavo Baiano.
A empresa já utiliza hoje a malha da FCA para movimentar minério, mas o caminho é mais longo. Desde o fim do ano passado, a carga sai da mina Pedra de Ferro, em Caetité, e segue de caminhão até Licínio de Almeida, de onde descem trens-tipo com 42 vagões até o pátio de Matozinhos, em Minas Gerais. De lá, os trens passam a ter 84 vagões e rumam até o porto de Tubarão, no Espírito Santo. As composições são tracionadas na maior parte das vezes por locomotivas GE U20C. Hoje são movimentadas via ferrovia 35 mil toneladas/mês de minério de ferro. A expectativa é movimentar 1 milhão de toneladas em 2021.
O transporte de minério de ferro fez aumentar o fluxo de carga da FCA na região. Na Bahia, a maior parte da carga é escoada pela VLI pelo Porto de Aratu. Por lá são movimentados também derivados de petróleo, cal, contêineres e cimento. Segundo a concessionária, o volume de cargas na região cresceu 20% entre 2020 e 2019. Sobre detalhes do contrato de movimentação de minério com a Bamin, a VLI preferiu não se manifestar.
Leilão da Fiol
A solução logística envolvendo a FCA e o modal rodoviário é o que a Bamin tem em mãos enquanto o trecho I da Fiol não fica pronto. A nova ferrovia, entre Ilhéus e Caetité, na Bahia, está programada para ir a leilão no dia 8 de abril. A Bamin, empresa controlada pelo Eurasian Resources Group, do Casaquistão, é potencial interessada no projeto. Sua mina Pedra de Ferro está localizada a apenas 8 km da ferrovia, em Caetité. A empresa já declarou que tem a intenção de participar do leilão, por meio de um consórcio. O futuro concessionário terá que finalizar a ferrovia, que hoje está com cerca de 80% dos trilhos concluídos.
Com a Fiol, o caminho do minério ficará mais curto, mas a viabilidade da ferrovia também depende da construção do Porto Sul, em Ilhéus, por onde poderá ser escoada a carga. As obras estão sendo conduzidas pela Bamin em parceria com o governo da Bahia.
Há especulações sobre as empresas que vão compor esse consórcio para o leilão da Fiol. Ernesto Pousada, presidente da VLI, disse que não “fechou a porta para o projeto, embora não faça tanto sentido para a empresa”.
“Ainda existe alguma possibilidade, mas é um projeto que está um pouco mais distante, fora da nossa malha”, comentou Pousada, em entrevista para a RF.
A FCA cruza com a Fiol na altura de Brumado (BA), mas até o momento não há projeto de conexão. Um dos motivos é a diferença de bitola. Enquanto a Fiol está sendo construída em larga, a FCA é métrica em todo o seu trecho na Bahia. O cruzamento na região acontece como em Barra Mansa (RJ), onde há linhas da MRS (larga) e da VLI (métrica), mas que não se conectam.
Fonte: Revista Ferroviária (https://revistaferroviaria.com.br/2021/03/bamin-usara-malha-da-fca-para-exportar-minerio-pela-bahia/)
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