O Sistema OCB/SESCOOP-GO vai intermediar o contato de cooperativas goianas com a empresa Rumo, concessionária que será responsável pelo transporte de cargas na Ferrovia Norte-Sul, no trecho que passa por Goiás. O objetivo do Sistema é facilitar que as instituições cooperativas acessem as soluções logísticas oferecidas pela companhia, de modo que possam ampliar seu campo de atuação nos mercados interno e externo e aumentar seu nível de competitividade, a partir da redução de custos e aumento da eficiência do escoamento de seus produtos.
O presidente do Sistema, Luís Alberto Pereira, recebeu os executivos da Rumo, na Casa do Cooperativismo Goiano, e conheceu detalhes do projeto de utilização da ferrovia, que tem 1.537 quilômetros de extensão e vai de Porto Nacional, no Tocantins, até Estrela d’Oeste, no Estado Paulista. Em território goiano, haverá três polos de captação de carga.
Um deles será na região de Campinorte e Uruaçu, mais ao norte do Estado; outro, nas proximidades de Anápolis e Ouro Verde de Goiás; e um terceiro na região de Santa Helena, Rio Verde e São Simão. Entretanto, ainda não estão definidas em quais cidades serão instalados os terminais de transbordo de cargas.
“Isso depende muito do mercado, da procura, de se encontrar o terreno mais adequado, da relação com a comunidade, da oferta de mão de obra”, destaca o diretor comercial da Rumo, Pedro Palma.
A parte da ferrovia que vai de Anápolis a Porto Nacional já está finalizada. A previsão é de que as primeiras operações, nesse trecho, sejam iniciadas ainda em 2019. O restante da via deve ser finalizada até 2021. Segundo Luís Alberto, o Sistema já elabora um cronograma de reuniões regionais, que possam abranger o maior número possível de cooperativas interessadas.
“Queremos contemplar os vários segmentos cooperativistas nessas reuniões. Existe o interesse direto de cooperativas agropecuárias e industriais na ferrovia, para deslocamento de seus produtos. Mas as cooperativas de transporte também podem se beneficiar da operação ferroviária, porque serão responsáveis por levar a produção até os terminais de transbordo de cargas. E, ainda, as instituições de crédito podem ajudar no financiamento da construção desses terminais e de armazéns”, ressalta o presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO.
De Santos a São Luís
Pedro Palma destacou o fato de a ferrovia ter acesso aos corredores de exportação, tanto para o Norte, quanto para o Sul do País. Ao Norte, está ligada a outro trecho da Norte-Sul, com 1,5 mil quilômetros, que é de concessão da VLI e que acessa o porto de Itaqui, na cidade de São Luís (MA).
Ao Sul, o trecho está ligado a mais 2 mil quilômetros da ferrovia Malha Paulista, que também pertence à empresa Rumo e que chega ao Porto de Santos (SP). “Vamos apresentar, às cooperativas, como a gente planeja desenvolver o projeto da Ferrovia Norte-Sul, que vai permitir que todos os cooperados, produtores e consumidores, ao longo desse eixo, acessem desde o porto de São Luís até o de Santos.
O executivo da Rumo também ressalta a importância do início da operação da ferrovia. “O grande impacto que a ferrovia traz para as empresas é uma viabilização de custos que, hoje, não são viáveis, além de uma capacidade operacional e um nível de estabilidade na operação, que é muito relevante dentro do pacote total. É uma solução competitiva, que tem qualidade e credibilidade perante os produtores e o mercado”, destaca.
Maior operadora ferroviária do País, a Rumo é composta por quatro concessões, num total de 12 mil quilômetros de linhas férreas, mil locomotivas e 25 mil vagões, além de centros de distribuição e instalações de armazenamento. Atualmente, opera 12 terminais de transbordo, diretamente ou em regime de parceria, com capacidade de armazenagem estática de aproximadamente 900 mil toneladas de grãos, açúcar e outras commodities.
Oportunidades
Segundo os executivos da Rumo, a operação da Norte-Sul em Goiás contemplará cooperativas com as mais diversas demandas. Por um lado, a companhia está preparada para fazer o deslocamento de grandes commodities agrícolas e produtos industriais de alto volume, como grãos e combustíveis, que podem chegar a milhões de toneladas.
Mas também atua no transporte multimodal de contêineres, por meio da Brado. Dessa forma, pode atender empresas que possuem cargas pulverizadas, com menor volume e maior valor agregado, como bebidas e pasta de dente, por exemplo. “Vejo essa ferrovia como uma grande oportunidade de desenvolvimento de toda a região e as cooperativas têm de estar inseridas nesse crescimento”, afirma o gerente-executivo da Brado, Douglas Goetten.
Pedro Palma frisa, ainda, a parceria que pode ser formada entre os modelos ferroviário e rodoviário, uma vez que as cargas que estão nos seus polos produtores precisam chegar, via caminhões, aos terminais de transbordo da ferrovia.
“Os caminhoneiros e os transportadores rodoviários são nossos aliados. Não faz sentido você manter o caminhão fazendo rotas de mil, mil e quinhentos quilômetros, submeter um caminhoneiro a jornadas exaustivas, sem o descanso necessário, enfrentar estradas sem conservação. Isso gera custos e ineficiências. Ao viabilizar uma solução ferroviária forte e competitiva, você vai atrair, ao longo do eixo da ferrovia, a formação de polos de captação de cargas, que vão demandar caminhões e trabalho para os caminhoneiros, num raio de até 300 quilômetros. Com isso, ele vai poder dormir em casa no fim do dia.”
Fonte: OCB-GO com adaptação da MundoCoop
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