A média diária de exportações de minério de ferro do Brasil nas primeiras quatro semanas deste mês foi 7,8% maior em comparação com o registrado ao longo de fevereiro de 2018, apesar das operações paradas em minas Vale, segundo dados divulgados pelo governo nesta segunda-feira (25).
Os embarques ocorrem mesmo após a Vale, maior produtora global de minério de ferro, cortar operações em diversas minas em Minas Gerais, devido ao rompimento uma de suas barragens na cidade de Brumadinho, há exatamente um mês.
Até a quarta semana de fevereiro, o que compreende 16 dias úteis, o país exportou 1,4 milhão de toneladas de minério de ferro por dia, totalizando 22,8 milhões de toneladas, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Há um ano, a média diária de embarques foi de 1,3 milhão de toneladas.
Em janeiro, contudo, o Brasil exportou mais, com aproximadamente 1,5 milhão de toneladas por dia, mostrou a Secex.
Os dados do governo apontam o preço médio de exportação ligeiramente maior em fevereiro ante o mês anterior. Até momento, a cotação média do mês está em US$ 52,6 por tonelada, ante US$ 51,4 em janeiro.
As paradas de produção da Vale estão associadas a medidas da companhia para descomissionamento de barragens ou decisões de autoridades suspendendo operações, como no caso de Brucutu, maior mina produtora da companhia em Minas Gerais, com capacidade de 30 milhões de toneladas por ano.
O colapso da Barragem 1 da mineradora, que atendia a mina Córrego do Feijão, liberou uma onda gigante de lama, que inundou área administrativa da própria empresa, além de atingir mata, rios e comunidades da região de Brumadinho. Até agora, a tragédia deixou 179 mortos e 131 desaparecidos, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais.
A estrutura continha mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de beneficiamento de minério de ferro.
Procurada, a Vale não fez comentários sobre os dados da Secex.
A empresa disse anteriormente que buscará compensar parcialmente as paradas em Minas Gerais com a produção em outras unidades.
Os preços do minério de ferro chegaram a reagir fortemente após o desastre em Brumadinho, com o mercado temendo os desdobramentos da tragédia para a Vale. No início do mês a commodity chegou a superar US$ 94/toneladas na China, maior valor desde fevereiro de 2017.
Analistas avaliam que a alta no preço poderia compensar as perdas em produção para a Vale.
Fonte: Folha de S.Paulo
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