VLI aposta em parcerias para inovar no setor

Diário do Comércio – Grande parte dos investimentos da companhia visa encontrar soluções inovadoras e modelos disruptivos

A palavra disrupção é amplamente utilizada entre especialistas, sobretudo no universo da transformação digital. Ela significa a interrupção do curso normal de um processo e, normalmente, vem acompanhada de uma melhor solução. Para a VLI Logística, empresa que opera 8 mil km de trilhos no País, é essa a mudança de mindset que terá potencial para proporcionar a reinvenção tão esperada pelo setor do transporte ferroviário. Para isso, a empresa mantém entre um dos seus valores principais a inovação.

De acordo com o gerente de inovação e transformação digital da VLI, Loïc Hamon, o principal objetivo desta transformação é alcançar eficiência e competitividade. “A empresa já trabalha nessa ideia há algum tempo. Temos quatro grandes projetos que fomentam o intraempreendedorismo, as parcerias externas, o fomento às startups e aos próprios projetos e ideais internos. É uma mudança de cultura que já está internalizada na empresa. Uma busca incansável daquilo que é melhor, mais rentável e mais fácil”, afirma.

Hamon explica que a empresa concentra grande parte de seus investimentos em frentes de transformação visando encontrar soluções inovadoras e modelos disruptivos para o setor. Junto com clientes e fornecedores, a companhia busca cocriar soluções tecnológicas que otimizem processos e inovem o setor.

“Quando a empresa deixa de importar soluções e retira a necessidade de adaptá-la, porque aquela não é necessariamente a que precisa, a gente ganha em todas as frentes. E atende o propósito declarado da companhia de transformar a logística brasileira. Cria-se um produto já com o propósito de atender às nossas necessidades, estimula a economia local e não remete dinheiro para o exterior”, avalia.

Exemplo disso é o protótipo criado internamente para abertura e fechamento de vagões. O gerente da VLI explica que o procedimento era feito, até então, por um colaborador em condições complexas de trabalho e, há cerca de quatro meses, isso mudou. “Nosso segundo protótipo deu certo e, hoje, esse procedimento é feito automaticamente. Não há lugar no mundo que desenvolveu essa tecnologia. Nós conseguimos desenvolver”, comemora.

Parcerias externas

Outro exemplo de inovação advindo do fomento das parcerias, dessa vez externa, é a solução desenvolvida com uma startup austríaca. São fibras óticas estendidas por 80 km nos trilhos da ferrovia, entre Ibiá e Araxá, que detectam condições importantes nos trilhos.

Atreladas a um equipamento “treinado” para reconhecer assinaturas sonoras desenvolvidas segundo a necessidade da companhia, os algoritmos interpretam intercorrências como queda de barreira, pedra, pessoas andando, trilhos quebrados, entre outros problemas. Todos são exemplos de alternativas criadas para o setor ferroviário que têm trazidos soluções para garantir mais agilidade, segurança, rentabilidade e redução de custos.

E, apesar de o setor já ser uma solução no quesito de transporte limpo, o que não faltam são oportunidades para modernizar o setor. “As estradas de ferro apresentam o triplo da eficiência energética do transporte rodoviário. Por isso, temos que desenvolver ainda mais, incluindo os terminais e os portos em busca de cada vez mais inovações”, finaliza.

Fonte: Diário do Comércio (https://diariodocomercio.com.br/economia/vli-aposta-em-parcerias-para-inovar-no-setor/)