Conab reduz previsão para colheita de milho safrinha

Valor – Mas, no total, produção brasileira de grãos deverá alcançar o recorde de 271,4 milhões de toneladas

Com quase 80% das lavouras colhidas, a produção brasileira de milho de inverno deverá alcançar 87,4 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 43,9% na comparação com 2020/21, quando o cereal sofreu forte quebra por causa da estiagem. A nova estimativa para o milho safrinha é uma das poucas novidades no novo relatório de safra divulgado há pouco pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Se confirmada essa produção, a segunda safra de milho será recorde. A estimativa da estatal considera também uma redução de produtividade, quando comparada à calculada no levantamento anterior, devido à falta de chuvas e aos ataques de pragas em importantes regiões produtoras, como o Paraná. No mês passado, a estimativa para a colheita era de 88,4 milhões de toneladas.

Com o novo número, a colheita total de milho na temporada 2021/22 deverá somar a 114,7 milhões de toneladas, um crescimento de 31,7% ante o ciclo 2020/21.

Algodão

Outra cultura em período de colheita, o algodão, deve render 2,7 milhões de toneladas, mesmo volume estimado no mês passado pela Conab, 16% superior ao de 2020/21. Conforme a estatal, com a colheita concluída em mais de 67% da área cultivada e a finalização prevista para setembro, pode-se observar que o estresse hídrico afetou negativamente a produtividade de algumas plantações, ao mesmo tempo em que influenciou de maneira positiva a qualidade do produto final.

Feijão

No caso do feijão, a segunda safra está praticamente finalizada, com apenas alguns talhões a serem colhidos na primeira quinzena de agosto. Mesmo com as oscilações climáticas registradas durante o ciclo, a produção deverá alcançar 1,36 milhão de toneladas, um incremento de 19,5% em relação à temporada anterior.

Sobre a terceira safra da leguminosa, os técnicos da Conab verificaram que as lavouras já foram implantadas, seguindo em plena evolução do ciclo. Houve redução na área plantada em comparação a 2020/21, especialmente em razão da grande concorrência com o cultivo de milho e trigo, cereais que expandiram suas áreas de abrangência neste ciclo. Ainda assim, a produção total de feijão é estimada em 3,04 milhões de toneladas, com incremento de 5,3% ante à temporada anterior.

Trigo

Dentre os produtos de inverno, a semeadura de trigo foi finalizada e a estimativa de produção elevada de 9 milhões para 9,2 milhões de toneladas. Se confirmado, esse volume representará um recorde, com elevação de 19,3% na comparação com 2020/21. Conforme o relatório da Conab, o número é reflexo de uma maior área plantada, com crescimento expressivo de 18% no Rio Grande do Sul, aliado a uma expectativa de aumento na produtividade. Tudo isso em função de preços internacionais elevados do cereal.

Culturas de verão

Já consolidadas, as lavouras de verão não sofreram alterações nas projeções da Conab. A estimativa para a soja continua em 124 milhões de toneladas, 10,2% mais que no ciclo anterior. A colheita de arroz é calculada em 10,8 milhões de toneladas, 8,4% menos que em 2020/21. “O clima influenciou a produtividade do arroz, que, aliado a uma menor área plantada de 3,6%, teve essa redução”, diz a Conab no texto.

A produção de soja, carro-chefe do agro brasileiro, alcançou 124 milhões de toneladas, 10,2% menos que em 2020/21, em decorrência da seca na região Sul e em Mato Grosso do Sul. No total, a colheita brasileira de grãos deverá atingir o recorde de 271,4 milhões de toneladas em 2021/22, um incremento de 6,2% ante 2020/21.

Estoques

Embora tenha mantido a estimativa de produção, a Conab alterou o quadro de oferta e demanda da soja nesta safra, com ajuste nos estoques finais, conforme indicou pesquisa de estoques divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A projeção agora é que a temporada 2021/22 tenha começado com 7,66 milhões de toneladas de soja em estoque, ante cálculo anterior de 6,2 milhões de toneladas. Com isso, e mantidas as estimativas de consumo (51,4 milhões de toneladas) e de exportações (75,2 milhões), os estoques finais para 2021/22 foram elevados de 4,65 milhões para 5,98 milhões de toneladas.

Também foi estimada uma ampliação nas exportações de óleo de soja – para 2,1 milhões de toneladas, frente à projeção de 1,8 milhão do mês passado. A Conab diz que fortes vendas para o mercado externo foram registradas entre janeiro e julho.

Para o milho, houve um pequeno ajuste no consumo interno em relação ao último levantamento divulgado, de 77,18 milhões para 77,12 milhões de toneladas. As exportações foram mantidas em 37,5 milhões de toneladas, com aumento de 80,2% na comparação com o ciclo anterior, quando o país sofreu uma quebra na safra de inverno devido ao tempo seco. Os estoques finais foram reduzidos pela Conab de 10,5 milhões de tonelada em julho, para 9,75 milhões agora.

Foto: captura de tela Agência Brasil EBC

Fonte: Valor (https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2022/08/11/conab-reduz-previsao-para-colheita-de-milho-safrinha.ghtml)

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