A crescente produção agropecuária do Paraguai, especialmente soja e carne bovina, e a crise hídrica que afeta o nível de seus rios, principal meio de transporte de cargas do país, está despertando a atenção do porto de Paranaguá. O porto paranaense enxerga a possibilidade de voltar a ser a principal opção de saída para o mar das mercadorias paraguaias.
O interesse se justifica. Na última década, a produção de soja no Paraguai aumentou 42%. O país já é o terceiro maior exportador do grão do mundo, depois do Brasil e EUA. Nos últimos anos também, o Paraguai se tornou o sexto maior exportador mundial de carne bovina. Com a dificuldade de transportar toda essa produção pelos rios, o Paraguai busca outras alternativas.
“A crise hídrica acendeu o sinal de alerta e fez com que o Paraguai olhasse novamente para Paranaguá como opção de escoamento de seus produtos”, destaca Luiz Fernando Garcia da Silva, diretor-presidente do porto paranaense. Segundo ele, com os investimentos que estão sendo feitos na estrutura portuária, o porto de Paranaguá se apresenta como uma solução logística interessante para o país vizinho, o que ficará ainda mais evidente com a Nova Ferroeste.
A ferrovia vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá, com um ramal ferroviário até Foz do Iguaçu. A estrada vai viabilizar o transporte direto de trem desde o Paraguai até o litoral do Paraná, opção cerca de 30% mais barata do que a atual alternativa rodoviária. A Nova Ferroeste deve começar a ser construída em 2022 e estar concluída em 2029.
“Hoje, apenas 20% das cargas paraguaias destinadas ao mercado externo saem para o mar pelo porto de Paranaguá. A expectativa é que esse percentual passe para 60% com a Nova Ferroeste”, afirma Luiz Henrique Fagundes, coordenador do plano estadual ferroviário.
No Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), a movimentação de cargas paraguaias já cresceu. “De 5 a 10 contêineres movimentados em média por mês até o ano passado, passamos para um movimento mensal entre 600 e 700 contêineres neste ano”, informa Thomas Lima, diretor institucional do TCP.
Segundo ele, 60% são cargas importadas (eletrônicos, eletrodomésticos e defensivos agrícolas) e 40% produtos destinados à exportação (soja e carne bovina). Cada contêiner carrega, em média, 25 toneladas. “A movimentação de cargas paraguaias no TCP passou de zero para 5%. Nossa expectativa é elevar para 25% em cinco anos”, diz Lima.
Fonte: Gazeta do Povo (https://www.gazetadopovo.com.br/parana/paranagua-quer-voltar-a-ser-o-porto-do-paraguai/)
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