Diário do Comércio – As empresas mineiras de fundição estão com a capacidade tomada e esperam crescer ainda
A produção da indústria da fundição em Minas Gerais cresceu 16% no primeiro semestre, quando comparada à do mesmo período no ano passado. Até maio, foram produzidas 290 mil toneladas de fundidos no Estado, enquanto o País respondeu por 940 mil toneladas – a produção mineira, segunda do Brasil, corresponde historicamente a 25% da nacional.
Até o fim de 2022, a expectativa do setor é continuar crescendo nos mesmos níveis, podendo chegar a um incremento de 18% na produção total de fundidos. “Devemos atingir os índices pré-pandemia este mês”, acredita o presidente do Sindicato da Indústria da Fundição no Estado de Minas Gerais (Sifumg), Afonso Gonzaga. Em 2019, a produção mineira de fundidos foi de cerca de 700 mil toneladas.
A indústria vive um bom momento, não só por atender à demanda reprimida – a indústria automobilística, principal cliente, chegou a parar linhas de produção nos piores momentos da pandemia. Mas também graças aos investimentos em produtividade realizados pelo setor. Os gargalos que enfrentava até pouco tempo estão sob controle, entre eles o preço do principal insumo de produção, o ferro-gusa.
“O gusa chegou a um patamar sustentável e nós acreditamos que ele irá se manter até o fim do ano. Nós chegamos a pagar até R$6,20 o quilo, preço que hoje está entre R$3,70 e R$4,00. Uma redução realmente muito expressiva, que nos permite manter os níveis projetados de crescimento”, revela Gonzaga.
Segundo o dirigente, as empresas mineiras de fundição estão com sua capacidade tomada e esperam crescer ainda mais em 2023. O que significa grandes volumes de investimento. “Precisamos buscar equipamentos que substituam a mão de obra, que está em falta. E procuramos também melhorar em termos de qualidade e sustentabilidade, ou seja, há uma evolução extremamente benéfica para o setor e para os compradores”, avalia.
Qualificação profissional
Em relação à mão de obra, ele diz que o grande problema é que estão faltando pessoas para qualificar. “Nós disputamos, principalmente no chão de fábrica, com a construção civil, que também está em alta e demandando profissionais”, aponta Gonzaga. “O que temos procurado fazer é melhorar a qualidade do ambiente de trabalho e, com isso, atrair pessoas para trabalhar conosco e, consequentemente, aumentar a produção”, acrescenta.
Para isso, dois cursos estão em andamento no Senai de Itaúna, preparando técnicos no setor de Fundição. Outro, já programado, tem 45 inscrições de futuros profissionais, que irão atender à região Centro-Oeste, maior polo do Estado em número de empresas. A região de Divinópolis, Itaúna e Cláudio, entre outras cidades, concentra 176 das 275 plantas mineiras de fundição. Mas a maior parte da produção sai dos fornos das empresas de fundição na região Central, em Betim, Contagem, Igarapé e Belo Horizonte.
O principal cliente continua sendo a indústria automobilística, que consome 46% da produção de fundidos do Estado. O restante vai para a agroindústria, mineração, setor ferroviário e de utensílios domésticos.
Fonte: Diário do Comércio (https://diariodocomercio.com.br/economia/industrias-da-fundicao-instaladas-no-estado-registram-crescimento-de-16-no-primeiro-semestre/)
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