A empresa espera que o valor médio praticado no primeiro trimestre seja 25% maior que o registrado no fim do ano passado
A CSN espera que o preço médio de aço praticado pela empresa no primeiro trimestre seja 25% maior que o registrado no fim do ano passado, em meio a uma combinação de migração de efeitos de reajustes passados com novos, afirmou nesta terça-feira o diretor comercial da companhia.
“No primeiro trimestre vai ter um ‘carry over’ de preços em torno de 25% que já está dado…Além do carry over, provavelmente vamos ter mais um aumento em março para distribuição focado em (laminados) a quente e a frio”, disse Luis Fernando Martinez, em teleconferência com analistas do setor. Ele lembrou que a CSN reajustou preços em 19% no quarto trimestre de 2020.
“No segundo trimestre…vai ter da ordem de 20%, isso está dado, não tem o que fazer”, acrescentou o executivo.
Para o presidente da companhia, Benjamin Steinbruch, os reajustes seguidos no preço do aço no Brasil são “atualização de custos para que você se mantenha competitivo nas margens do mercado”.
“Realmente, para a siderurgia, eu vejo necessidade de novo aumento em março e muito provavelmente outro aumento no segundo trimestre”, disse o Steinbruch.
O setor siderúrgico tem enfrentado críticas há meses sobre os reajustes de preços promovido no país. Na véspera, o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, considerou as críticas injustas, citando que várias matérias-primas, como aço e carvão, têm visto saltos de preços e afirmou que as usinas têm elevado produção para atender a forte demanda interna.
Os comentários da CSN, porém, destoam de mensagem dada por distribuidores de aços planos mais cedo.
Segundo o presidente da entidade que representa o segmento, Inda, Carlos Loureiro, novos aumentos serão difíceis de serem implementados pelas usinas dado que o patamar atual já está próximo de incentivar uma importação mais significativa de aço no país. Segundo os dados do Inda, o prêmio de preços de aço no Brasil está em 12% a 13%, algo que, historicamente costuma incentivar compra de material do exterior.
As importações de aço plano pelos distribuidores saltaram 75% em janeiro sobre dezembro e cerca de 52% sobre janeiro do ano passado, para 161,4 mil toneladas.
Porém, para a CSN, o que vai permitir a implantação dos reajustes será um mercado interno ainda demandante em vários segmentos, incluindo veículos, máquinas e equipamentos e construção civil e dificuldades de disponibilidade mais imediata de material importado, disse Martinez. Ele afirmou que o salto nas importações de janeiro deve-se ao efeito da CSN trazendo de volta dos Estados Unidos 50 mil toneladas para atender o mercado doméstico.
O executivo, que avalia que o prêmio do aço no Brasil está em 12% a 16%, estima que a CSN vai elevar suas vendas de aço em 2021 em 12% a 15% no Brasil, para 3,6 milhões de toneladas.
Em cimentos, a CSN avalia que também há espaço para incremento de preços e de volumes de vendas nos próximos meses. A expectativa é de alta nas vendas de cimento entre 15% e 18% em 2021, afirmaram executivos.
A companhia anunciou mais cedo estimativa de fechar 2021 com dívida líquida de 15 bilhões de reais e alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda de 1 vez.
Questionado sobre o assunto, o diretor-executivo Marcelo Cunha Ribeiro afirmou que a CSN precisa atingir este nível de dívida antes de iniciar discussões sobre se aumenta o nível de dividendos pagos aos acionistas para além dos 25% do lucro relativo a 2020.
“Vamos continuar mantendo essa política de 25% enquanto não atingirmos estas novas metas divulgadas”, disse Ribeiro.
Fonte: Época Negócios /Por Alberto Alerigi Jr. (https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2021/02/epoca-negocios-csn-diz-que-vai-aumentar-precos-de-aco-em-marco-e-ve-necessidade-de-novo-reajuste-no-2o-tri.html)
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