Por volta de 2050, as ferrovias vão dominar o mercado de passageiros em viagens de duração até 3 horas, vencendo a concorrência das linhas aéreas.” A previsão foi feita pelo vice-presidente da Comissão Europeia para Transportes, Siim Kallas, na abertura da Innotrans 2010, em Berlim, hoje o principal evento mundial sobre transporte ferroviário. Mas não vai ser só nos passageiros: ”também no mercado de cargas, as ferrovias vão vencer a concorrência das rodovias em todos os percursos maiores do que 300 km”, disse Kallas. Para que isso aconteça, segundo a principal autoridade europeia em transportes, é necessário que se criem ”condições atrativas para a participação do capital privado”, visto que não haverá recursos públicos para garantir todo o investimento necessário.rn
rnKallas foi ouvido com atenção pelo ministro dos Transportes da Alemannha, Peter Ramsauer, pelo presidente da Deutsche Bahn, Rudiger Grube, pelos presidentes da Alstom, Philippe Mellier, da Bombardier, Andre Navarri, e da Siemens Mobility, Hans Grundmann. O mercado ferroviário está em plena expansão, na Europa e no mundo, e todos em Berlim – inclusive a delegação de mais de 60 empresários brasileiros, chefiada pelo ministro dos Transportes Paulo Sérgio Passos – querem saber até onde vai esse crescimento.rn
rn”Existe muita demanda futura por transporte de carga e passageiros e muito dinheiro procurando aplicação em infraestrutura”, disse Kallas. ”Ao mesmo tempo, as indicações são de que, no futuro, o preço do petróleo continuará subindo, assim como o preço das energias alternativas. Existe portanto um vasto campo para o avanço do transporte ferroviário. Para tanto é necessário que se crie de um lado um ambiente competitivo entre as ferrovias e delas com os demais modos de transporte e, ao mesmo tempo, condições estáveis de participação do capital privado. Os contratos de concessão devem ser de no mínimo 30 anos, e o governo não deve intervir para mudar as condições.”rn
rnNa discussão que se trava no Brasil a propósito de mudança nos contratos de concessão, o comissário europeu parecia estar dando razão a duas pessoas que sentavam nas primeiras filas do auditório: é preciso que exista competição e serviço ao cliente, como diz o diretor geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, e é preciso estabilidade nas regras e condições claras para concessões, como defende o diretor executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça. Outros integrantes da delegação brasileira são o presidente da MRS, Eduardo Parente
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