Governo usará exército em obras da ferrovia leste-oeste (Fiol)

De acordo com presidente da Valec, André Kuhn, efetivo das forças armadas deve ajudar nos trabalhos de terraplanagem

 

Assim como ocorreu com a rodovia BR-163, as obras do trecho dois da ferrovia de integração oeste-leste, a Fiol que corta o Estado da Bahia, deverá contar com contribuição do exército brasileiro. De acordo com André Kuhn, diretor-presidente da Valec, empresa pública de engenharia responsável pelas obras, as forças armadas devem começar a atuar no lote 6 da ferrovia, na região de Santa Maria da vitória (BA) em agosto.  Será a primeira vez que as forças armadas atuam em obras ferroviárias no país desde a década de 1990, quando ajudaram no construção da Ferroeste, no Paraná.

 

“Eu assumi a presidência da Valec há um mês e meio e uma das missões que o ministro me passou quando me convidou pra esse cargo foi priorizar a FIOL 2 de tal forma que a gente consiga viabilizar a concessão dela em no máximos dois anos”, explicou Kuhn durante transmissão da live sobre ferrovias da série Caminhos da Safra, produzida pela Revista Globo Rural. Segundo ele, o exército ajudará na parte de terraplanagem, fase da obra cujos trabalhos são semelhantes ao realizado na BR-163.

 

“O trecho que o exército vai pegar vai ser com o objetivo de adestrar sua tropa e vai trazer uma contribuição também para a construção da ferrovia. Ele participou de uma capacitação nossa no ano passado e boa parte do serviço é de terraplanagem, então  não tem diferenciação de ferrovia para rodovia, as técnicas construtivas são as mesmas”, destacou o presidente da Valec. Segundo Kuhn, o exército também está sendo capacitado para atuar nas fases de colocação de dormentes e trilhos da obra.

 

FIOL-3

 

Embora seja prioridade do Governo Federal, o trecho dois da Fiol não deve contribuir para aliviar o déficit ferroviário do principal Estado produtor de grãos do país, o Mato Grosso, segundo destacou Edeon Vaz, diretor executivo do Movimento Pró Logística. “No meu ponto de vista, essa ferrovia deveria ir até Luis Eduardo Magalhães [antes de Figueirópolis], e não dar sequência pra chegar na ferrovia norte-sul. A não ser que essa ferrovia vá para Mara Rosa, com entroncamento ferroviário permitindo usar a norte sul no sentido de Santos, Itaqui ou Ilhéus”, apontou Vaz, que também participou da live do Caminhos da Safra.

 

Segundo Kuhn, o trecho três da ferrovia, que liga Barreiras, na Bahia, a Figueirópolis, no Tocantins, está em fase de projeto e, diante das necessidades logísticas do setor, pode sofrer alterações no futuro. “Estamos abertos a fazer estudos adicionais e não vejo problemas em fazer mudanças, desde que mantenhamos a viabilidade econômica e financeira daquele investimento”, assegurou o diretor-presidente da Valec.

 

Fonte: Revista Globo Rural

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